Eu costumo dizer que o nome é o patrimônio mais importante de qualquer empresa.
Sua escolha está diretamente ligada ao posicionamento da marca, aos seus atributos racionais e emocionais, entre outros fatores.
Mas o que você talvez não saiba é que a consciência sobre a importância do nome não surgiu com o marketing.
Pelo contrário, diversas histórias, em várias culturas, enfatizam isso há milênios.
Como profissional de branding, costumo pesquisar muito sobre arquétipos, contos de fadas, mitologia, morfologia e etimologia das palavras, entre outras coisas.
E é interessante observar a quantidade de histórias em que o nome aparece como uma palavra ligada à formação da identidade, ao domínio de si mesmo e ao crescimento.
Em todas, o nome guarda aquilo que personagem possui de mais único, secreto e poderoso.
No conto Alemão O Anão Saltador, Rumpelstiltskin desafia a rainha a adivinhar seu nome em um prazo de 3 dias, ou levaria seu primeiro filho como pagamento por ter lhe ajudado a se casar com o rei.
Segundo a mitologia egípcia, todas as formas de vida foram criadas por Rá, ao pronunciar seus nomes secretos.
As lendas contam ainda que um dia a deusa Isis toma o poder do deus supremo para si e seu filho Hórus, descobrindo o nome verdadeiro de Rá.

Em um dos trechos de A Odisseia, o deus-ciclope Polifemo, filho de Poseidon, também pergunta a Odisseu o seu nome. Odisseu responde: “Eu sou ninguém”.
Porém, após derrotar o gigante, o herói grego, eufórico, acaba revelando sua verdadeira identidade, ficando sujeito à fúria do deus dos mares muitas vezes depois.
Em várias culturas da antiguidade o nome de alguém era considerado uma expressão da essência da própria pessoa, refletindo sua natureza, importância e posição.
Poderia, portanto, tanto ser considerado uma benção quanto uma maldição.
Também nesse sentido, conhecer o nome de deus era conhecer o próprio Deus. Por esse motivo durante muito tempo os hebreus evitaram pronunciar o nome do seu Deus, YHWH (Javé), como forma de respeito e proteção contra outros povos.
Em Êxodo, 20:7, nos ensina o Terceiro Mandamento:
“Não tomarás o Nome do Senhor teu Deus em vão, porque o Senhor não terá por inocente o que tomar seu nome em vão”.
Também na tradição judaica, quando vários filhos morrem em uma família, ao próximo que nasce não é dado nome, sendo chamado simplesmente como “Alter”, (velho). Dessa forma, não sabendo o seu nome, o anjo da morte não conseguiria encontrá-lo. Apenas quando atinge a idade de casar a criança recebe um nome, geralmente de um dos patriarcas.
No budismo, os monges que se formam também ganham outros nomes, como uma forma de esquecerem de si mesmos.
Histórias modernas seguem em um caminho semelhante.
Em A Viagem de Chihiro, Yubaba rouba o nome dos personagens, que são obrigados a trabalhar para ela, esquecidos de si próprios.
Em Harry Potter, Voldemort é “aquele que não deve ser nomeado”. A crença é que a mera pronúncia do nome poderia trazer o vilão de volta.
Na animação Moana, o demônio TeKa é derrotado quando a menina revela seu nome verdadeiro, TeFiti, devolvendo o seu coração. O equilíbrio é restaurado quando a vilã é apresentada à sua própria identidade.
Em o Hobbit, Bilbo Bolseiro faz de tudo para não dizer seu nome ao dragão Smaug, pois sabe que isso certamente lhe traria problemas.
Na saga Crônicas de Terramar, de Ursula Le Guin, a problemática do nome verdadeiro permeia todo o enredo, e os personagens fazem tudo para esconder os seus.
Como o psicanalista Carl Jung faz questão de ressaltar, as histórias e lendas nada mais são do que uma forma de explicar a experiência de ser humano, nos ajudando a buscar nossa própria individualidade.
Desse modo, da mesma forma que não há pensamento sem palavras, o contato com a linguagem também ocupa um papel central na nossa formação como seres humanos, desde crianças.
É por isso que a forma como falamos diz muito sobre a nossa personalidade.
No trabalho de branding, buscamos dar personalidade para as marcas criando estratégias de linguagem verbal alinhadas com o posicionamento pretendido.
Nesse sentido, o naming aparece como o primeiro passo de uma cuidadosa escolha das palavras na hora de se comunicar.

O poder das palavras
Já faz parte do senso comum a afirmação de que as palavras têm poder.
Em muitas tradições orientais, acredita-se que a repetição sistemática de determinadas sequências de sílabas (mantras) pode desencadear benefícios.
Nos contos de fadas as palavras mágicas também quebram feitiços e produzem uma variedade de efeitos.
Há também quem acredite que a força de um nome pode ser medida a partir de determinados códigos e cálculos matemáticos, a exemplo da numerologia e da cabala.
Até mesmo na psicologia existem estudos que apontam que nomear determinados sentimentos é uma forma de tornar sua existência mais palpável, ajudando no tratamento.
Seja como for, o fato é que o pensamento não existe sem as palavras.
Elas fazem parte da construção consciente e inconsciente do ser humano.
Despertam emoções, trazem significados e nos fazem vibrar.
Como em feitiço, algumas podem produzir efeitos surpreendentes.
Outras… nem tanto.
Aqui na Incopyável nós temos um método testado para criar nomes de marcas fortes.
Assim como nas histórias, o nome perfeito pode fazer muito pelo seu negócio.
Mas nesse caso, não existe mágica, claro.
Infelizmente no mundo real não existem garantias de que o nome correto possa determinar sozinho o sucesso de uma marca.
Na verdade, um bom nome é mais como um farol, brilhando para ajudar as marcas a navegarem com mais facilidade.
É possível navegar com um nome ruim? Claro.
Mas as chances de você encontrar um rochedo ficam bem maiores!
A boa notícia é que embora não possamos fazer cálculos místicos para ajudar sua empresa a prosperar, é possível, sim, através de uma série de critérios e passos, criar e escolher um nome único e poderoso para a sua marca.
Um nome que seja marcante, significativo e memorável!
Nós podemos ajudar, fale com a gente!